O que é Asma?
A asma é uma doença crônica do pulmão, que inflama e limita toda a árvore brônquica.
Trata-se de um importante problema de saúde pública.
No Brasil, de acordo com dados recentes do IBGE, mais de 6,4 milhões de brasileiros acima de 18 anos têm a doença, sendo a quarta causa de internação hospitalar no nosso país.
Em nosso país a prevalência entre escolares chega até 25%. Segundo o DATASUS (Ministério da Saúde do Brasil), ocorrem aproximadamente 350.000 internações por essa doença a cada ano, sendo esta a 3ª causa de hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No Brasil, temos aproximadamente cerca de 2.000 óbitos/ano.
No mundo todo, a estimativa da Organização Mundial de Saúde é de que 300 milhões de pessoas sofram com a doença.
Mas, apesar dos números altos, muitas pessoas nem ao menos sabem que a doença!
Se você tem asma, sua via aérea é constantemente inflamada, tornando seu pulmão mais susceptível a agentes irritantes e infecções por vírus ou bactérias.
Asma de Difícil Controle
A Asma de difícil controle é definida quando o paciente mantém sintomas e/ou crises apesar do tratamento inalatório com broncodilatadores e corticóides, em doses moderadas a elevadas, fazendo uso frequente ou contínuo de corticoterapia oral.
Esses pacientes necessitam de atendimentos médicos recorrentes, e têm a sua qualidade de vida muito prejudicada.
A Asma de díficil controle ocorre principalmente pelo uso inadequado dos dispositivos inalatórios e/ou pela presença de doenças associadas e não devidamente tratadas, que agravam a Asma.
Entre estas doenças ou comorbidades, podemos citar:
- Rinite
- Rinossinusite
- Refluxo Gastroesofágico
- Obesidade
- Tabagismo
- Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
- Ansiedade e Depressão
- Cardiopatias
- Doenças da Tireóide
- Apnéia do Sono e Disfunção de Cordas Vocais
- Micoses Broncopulmonares Alérgicas
Com a utilização da técnica inalatória de forma correta, e o tratamento adequado das comorbidades obtemos o controle da Asma na maioria dos casos.
Asma Grave
A Asma grave é definida quando, apesar do tratamento inalatório realizado de forma adequada e do controle das comorbidades, ainda assim o paciente mantém sintomas e/ou crises recorrentes; fazendo uso frequente ou contínuo de corticoterapia oral e necessitando de frequentes idas à Emergência.
Esses pacientes têm péssima qualidade de vida, assim como um risco elevado de morte devido à Asma.
Para esses pacientes, além do tratamento inalatório, devemos avaliar a possibilidade do uso de um medicamento imunobiológico.
Para os casos de asma grave alérgica e asma grave eosinofílica, que são a maior parte dos casos de asma grave, temos no Brasil disponíveis os seguintes imunobiológicos:
- Omalizumabe
- Mepolizumabe
- Benralizumabe
- Dupilumabe
Essas medicações são muito seguras, e têm indicações de uso bem estabelecidas para cada caso.
Estes medicamentos têm cobertura pelos planos de saúde, pois se encontram no roll da Agência Nacional de Saúde para tratamento da Asma grave.
Para o paciente com asma grave não alérgica ou não eosinofílica, temos medicamentos com ação anti-inflamatória como a azitromicina e a teofilina. E mais recentemente, também foi aprovado o imunobiológico Tezepelumabe, que atua em todos os tipos de asma grave.
Devemos lembrar que somente cerca de 5% dos asmáticos têm asma grave, e a grande maioria fica controlada com doses baixas ou moderadas dos corticosteróides inalados, que são bastante seguros.
Principais sintomas da Asma
Dentre os principais sintomas estão:
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Algumas vezes o único sintoma presente é uma tosse persistente, que demora a ir embora. Apesar dos sintomas serem mais frequentes à noite e no início da manhã, podem ocorrer a qualquer momento.
Causas da Asma
A maioria dos asmáticos têm a conhecida asma alérgica, que frequentemente vem acompanhada de outros sintomas alérgicos, como rinite e conjuntivite alérgicas.
Dentre as causas da asma alérgica, podemos citar: poeira, fungos, animais, pólens, entre outros. No Brasil, a principal causa são os ácaros da poeira domiciliar.
Ácaros são pequenos artrópodes que não podem ser vistos a olho nu, porém estão presentes em grande quantidade dentro da nossa casa e outros ambientes. Você sabia que dentro de um colchão podem ter cerca de 2 milhões de ácaros?
A genética apresenta um papel importante na expressão da doença. O risco de desenvolver asma na infância está relacionado a presença da doença nos pais. Se um dos pais tem essa doença, a chance da criança desenvolver a doença é de 25%, e caso ambos os pais tenham a doença, essa chance alcança 50%.
As crises podem surgir após contato com algum fator desencadeante, tais como os alérgenos de ácaros da poeira de casa, pólen, animais; ou até mesmo com irritantes do ambiente, como fumaça de cigarro, fumaça de queimadas e cheiros fortes. A crise também pode ser desencadeada quando o clima está desfavorável, como no frio extremo.
Outras causas dessa doença incluem, por exemplo: exposição a agentes ocupacionais, doenças do parênquima pulmonar, asma eosinofílica, entre outras.
Alguns fatores podem contribuir para o agravamento da asma:
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Mas a asma não acontece só durante as crises, como muitas pessoas pensam.
Ela é uma doença insidiosa, e mesmo nos períodos entre as crises a via aérea está inflamada. Essa inflamação crônica lesa a árvore brônquica causando diminuição da elasticidade do pulmão a longo prazo (fenômeno conhecido como remodelamento pulmonar), diminuindo assim a função pulmonar. Além disso, essa asma crônica determina baixa oxigenação crônica, o que pode responsável por déficit de crescimento em crianças, assim como fadiga e irritabilidade em qualquer idade.
A asma pode ser classificada conforme a intensidade e frequência dos sintomas.
Diagnóstico da Asma
O diagnóstico precoce e o manejo correto da doença são importantes para prevenir perda da função pulmonar.
A asma é uma doença crônica e portanto não tem cura, mas ela pode e deve ser tratada, para evitar danos ao pulmão.
O diagnóstico é feito através de um detalhado histórico médico do paciente, incluindo sintomas, crises e fatores desencadeantes. Se você acha que tem asma, informe ao seu médico com que frequência as crises ocorrem, o que as precipita, em que horário costumam ocorrer, se melhoram espontaneamente ou com algum remédio.
Alguns exames podem auxiliar no diagnóstico de asma, como por exemplo:
Tratamento da asma alérgica
Uma vez confirmado o diagnóstico de asma alérgica, o alergista vai traçar um plano de tratamento específico para cada paciente.
Dessa forma, tratamento envolve uma abordagem tripla:
Não espere mais para ter um diagnóstico e um plano de tratamento efetivo. Se você acha que você ou alguém da sua família sofre de asma, marque uma consulta.
A Asma é uma das principais causas de internação hospitalar no mundo.